Fotografia do mártir Pe. Pío Heredia, formador e Mestre de Noviços do mosteiro, com vários dos mártires cistercienses.
Caríssimos leitores, hoje venho apresentar-vos os nossos mártires da Abadia cisterciense de Santa Maria de Viaceli, da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (vulgo Trapistas), na diocese de Santander (província de Cantábria).
Também esta pacífica e contemplativa comunidade monástica da nossa amada Igreja católica foi perturbada pela agressão marxista da vil perseguição religiosa em Espanha em 1936, tendo vários dos seus monges sido chamados ao martírio.
Esta comunidade cristã de humildes monges de Viaceli reconhece ao Senhor a especial Graça de ter oferecido à Igreja o testemunho de profunda fidelidade e adesão inquebrantável a Cristo, de muitos dos seus monges: o Pe. Pío Heredia e mais 14 Irmãos, que depois de várias ofensas, entregaram suas vidas por amor a Jesus Cristo.
Seu processo de beatificação, iniciado em 1997, encontra-se em processo bastante avançado, já na fase Romana.
Tais como todos os outros que neste Blog já fui apresentando, também estes mártires deram sua vida unicamente pelo seu amor a Cristo e por não aceitarem o convite de se tornarem apóstatas.
6 padres e 9 Irmãos, e nenhum apóstata da Fé! Um exemplo para as nossas vidas, para a minha em particular! Meu bom Senhor, tende piedade de mim, e dái-me uma Fé como a destes meus santos irmãos cistercienses para que Te possa amar com mais empenho!
Não cometeram nenhum crime contra ninguém. Não cometeram nenhum crime contra o Estado. Seu único crime, naqueles tempos de em que o fanatismo marxista e o laicismo agressivo ateu campeou pelos campos, vilas e cidades de Espanha, foi o de terem abraçado livremente a Regra monástica de São Bento e São Bernardo e serem fiéis à Santa Igreja de Roma. Isso, meus caros, os marxistas não podiam tolerar. Não podia haver outro Deus do que Marx, Lenine ou Estaline.
A 8 de setembro de 1936 a comunidade foi detida, tendo o Pe. Pío Herédia, responsável pelos Irmãos (uma comunidade monástica divide-se entre monges sacerdotes e monges Irmãos), foi sujeito a violento interrogatório pelo responsável do Comitê de Guerra. Cobriram o seu corpo de golpes, bastonadas, para além de todos os impropérios blasfemos que lhe dirigiam. O seu silêncio, a sua calma e gestos de perdão para com os seus carrascos marxistas deixava-os ainda mais enfurecidos.
Abadia cisterciense de Santa Maria de Viaceli: "O sangue dos mártires é o melhor antídoto contra a apatia religiosa".
O Pe. Pío Herédia junto com os Irmãos do mosteiro vieram a ser assassinados nas falésias do Cabo Mayor, junto à cidade de Santander. Vários testemunhos afirmam e louvam a Fé daqueles jovens e inocentes monjes, quando a caminho da sua imolação, em cima do um camião que os transportava, cantavam salmos de louvor ao Senhor. "Iam morrer, e iam a cantar. Nunca me poderei esquecer disso", diz uma testemunha que na época tinha apenas 15 anos. (Ver outro meu post anterior: "Mártires de Barbastro").
Foram atirados aos rochedos e ao mar, durante a noite, de mãos fortemente atadas à cintura. Uns morreram despedaçados nas rochas, outros afogados, e outros gravemente feridos, acabaram por morrer por falta de quem os socorresse. Para os marxistas, eliminar a Igreja Católica em Espanha era um desígnio a cumprir.
Uns dias depois, a 3 de dezembro de 1936, o mar devolveu às praias da zona de Santander, alguns corpos. Um deles o do Servo de Deus Pe. Pío Herédia. Com os braços atados atrás das costas, e com a boca cozida. O horror da tortura dos inimigos da Igreja aos que permaneceram fiéis a Cristo não tinha fim.
Visão geral do Cabo Mayor, junto a Santander. Daqui foram atirados ao mar e às rochas os jovens mártires monges de Viaceli.
Os mártires da abadia de Viaceli eram na sua maioria bastante jovens. Eram a esperança vocacional de uma comunidade florescente, que se converteram na semente semeada na boa terra, fecunda para germinar novas vocações à Santa Igreja Católica. Aqui ficam, para memória, seus nomes e idades destes nossos irmãos na Fé de Jesus Cristo:
Pe. Pío Herédia, 61 anos;
Pe. Amadeo, 31 anos;
Pe. Valeriano, 30 anos;
Pe. Juan Bautista, 31 anos;
Pe. Eugenio, 33 anos;
Pe. Vicente, 31 anos;
Ir. Álvaro, 21 anos;
Ir. Marcelino, 23 anos;
Ir. Antonio, 21 anos;
Ir. Eustáquio, 45 anos;
Ir. àngel, 68 anos;
Ir. Ezequiel, 19 anos;
Ir. Eulogio, 20 anos;
Ir. Bienvenido, 28 anos;
Ir. Leandro, 21 anos.
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