No país vizinho de Espanha na década de 30 do século XX, produziu-se uma violentíssima e cruenta perseguição religiosa: 13 bispos, 4184 sacerdotes, 2365 frades e monjes, 283 irmãs, e milhares de leigos foram assassinados "in odium fidei", a esmagadora maioria no decorrer da Guerra Civil Espanhola. A tragédia, apesar de toda a dor, constítui uma das páginas mais gloriosas da Santa Igreja Católica com o martírio de uma multidão de santos e santas que por amor a Deus e à sua Igreja deram a suas vidas, e dos quais sou afinal, irmão na Fé pela graça do Baptismo. Este espaço é a todos eles e elas dedicado! Que a intercessão destes santos e beatos junto de Nosso Senhor Jesus Cristo me ajude a ser um cristão coerente e verdadeiro neste nosso século XXI!

Não é minha pretensão com este blog julgar os assassinos ou seus herdeiros ideológicos. Ao Senhor pertence o julgamento. Eu, que apenas ambiciono ser um simples seguidor de Cristo na sua Igreja, cabe-me perdoar, tal como o fizeram aos seus carrascos estes mártires espanhois que aqui vão ser apresentados. Faço minhas as palavras do cardeal vietnamita Nguyen Van Thuân - que passou 12 anos em prisões comunistas - quando dizia "não me sentiria cristão se não perdoasse".

Nesta nossa sociedade de 2012, de indiferentismo religioso, hiper-consumista, hedonista e abandono de valores cristãos, foi Graças à "descoberta" das histórias individuais de todos estes mártires, à sua imolação, ao seu holocausto; que dei por mim num caminho de conversão. Re-encontrei-me com Jesus Cristo e com a Santa Igreja Católica.

"Por causa do Meu nome, sereis odiados em todas as nações" (Mc 13,13).

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Padre Prior José Antón Gómez, OSB, mártir



Hoje, passam-se exatamente 76 anos do martírio do monge beneditino, o Pe. José Antón Gómez, OSB. A fúria e o ódio comunista que alastrou em Espanha em 1936 contra Jesus Cristo e a Sua Santa Igreja Católica também se abateu contra esses inocentes, pacíficos e piedosos homens das ordens religiosas contemplativas.

O padre José Antón Gómez, nasceu em 1878 e era prior da comunidade beneditina de Santa Maria La Real de Montserrat, em Madrid (não confundir com o famossíssimo mosteiro beneditino em Barcelona) desde 1927.

O próprio mosteiro beneditino de Montserrat de Madrid também sofrera várias contingências: em 1835 fora expropriado à Ordem Beneditina pelo usurpador estado espanhol, durante a “desamortización” de Mendizábal. Primeiro utilizou-se o espaço como prisão de mulheres, e ficou conhecido como “La Galera”. Depois, entre 1854 e 1868 vida religiosa regressou, tendo sido um mosteiro feminino de monjas concepcionistas, para depois, voltar a ser uma prisão feminina até meados do século XX. Em 1914 o edifício foi considerado Monumento Nacional, e havendo a necessidade que uma ordem religiosa o cuidasse, foi entregue o usufruto à Orden Beneditina em 1918, voltando assim a ser um convento dos seus originais proprietários. No entanto não puderam ocupar todo o conjunto do edifício até 1953, ano em que foram transferidas as últimas mulheres presas para outras prisões. Presentemente é um Priorado, dependente do Mosteiro  de São Domingos de Silos.
 Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
 
 

Em 17 de julho de 1936, um dos monges que também morreria Mártir, o Pe. Rafael Alcocer, levou aos seus irmãos de hábito religioso a notícia da revolta de uma guarnição militar em Melilla. A partir do dia 19, e depois de ter sido incendiada a catedral de San Isidro durante a noite, a comunidade beneditina dispersou-se , tendo permanecido sozinho no mosteiro apenas o Pe. Luis Vidaurrázaga, de 35 anos (também ele morreria Mártir). No dia 20 todos regressaram ao mosteiro, tendo retomado a vida monástica. Na tarde do dia 21, os revolucionários comunistas prenderam fogo à porta do mosteiro, mas a dirigente comunista Dolores Ibárruri, a “Passionária” que ocupava um local próximo e temia pela pela segurança das sua próprias instalações, veio a impedir a destruição do mosteiro dizendo: “Este edifício é do povo e é para o povo!”. A partir daí, os monges beneditinos foram obrigados a sair do seu mosteiro. Os comunistas vieram a utilizar o mosteiro, primeiro como prisão, mais tarde, para usos militares.


Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
 
Sete monges formavam então a comunidade monástica, quatro dos quais foram imolados, e os outros três conseguiram salvar a sua vida, embora tendo sofrido torturas de diversa ordem.  O prior da comunidade, Pe. José Antón Gómez, foi preso no dia 24 de setembro de 1936, no “Hotel Laris” onde se encontrava refugiado. Levado à checa “Fomento” (“Checa” – prisão privada pertencente a um partido político, sindicato, etc. onde a Lei não existia) onde foi submetido a interrogatório e tortura. Declarou-se como religioso, e por isso foi assassinado na noite de 25 para 26 de setembro na estrada para a Andaluzia. Seu cadáver foi reconhecido a 27. Todos os que o conheceram em vida, o definiam como um santo.
 
Para quem quiser conhecer um pouco melhor a beleza da vida contemplativa beneditina, aconselho vivamente que veja este video:

domingo, 23 de setembro de 2012

Peregrinação do blog "Mártires de Espanha" 2012 - parte 2


No passado dia 14 de setembro, dia da grande e apropriada festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, estive em peregrinação ao "Cemitério dos Mártires" em Paracuellos del Jarama. A trágica e gloriosa história dos Mártires de Paracuellos del Jarama, o maior holocausto de católicos de todos os tempos ocorrido em território da Península Ibérica, é também um dos maiores da própria história da Santa Igreja Católica.

Ao falar de Paracuellos del Jarama - nome ao qual todos os cristãos deveriam fazer silêncio no seu coração - temos de escutar o que dizia o Fr. Octavio Marcos, irmão da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (e confrade de tantos seus confrades da sua congregação religiosa que ali jazem em fossas comuns) que se expressou do seguinte modo:
«Paracuellos del Jarama: eis aqui um nome que foi gravado com a ponta de um punhal na alma de Espanha e cujas letras estão gravados em púrpura do seu sangue. Lugar sagrado, campo de expiação, terra semeada de corpos santos e fertilizada com o sangue dos mártires.
Ainda permanecem nos nossos ouvidos o silvar da metralha que tira vidas beneméritas a homens virtuosos e inocentes, em intíma fusão com as suas últimas preces: "Viva Cristo Rei!; Viva Jesus Cristo!; Viva Espanha!; Perdoa-os Senhor!" que brotam dos seus lábios moribundos e se elevam ao Céu como incenso perfumado de sangue que jorra para a terra e a cobre de um manto de púrpura, símbolo glorioso da vitória e da realeza de Cristo».

Paracuellos del Jarama, para os que não conhecem, é uma pequena localidade nos arredores de Madrid (pertinho do Aeroporto internacional de Barajas), onde em 1936, ocorreram as Matanças de Paracuellos, uma série de assassinatos em massa, organizados pelo Partido Comunista Espanhol, e que levou à morte milhares de então prisioneiros da República Espanhola. As matanças realizaram-se aproveitando a suposta deslocalização de presos de Madrid para Valência, entre 7 de novembro e 4 de dezembro de 1936.

Segundo a própria página web da Diocese de Alcalá de Henares, no cemitério de Paracuellos del Jarama, repousam os restos mortais de centenas e centenas de religiosos, e entre centenas de padres diocesanos, encontram-se os restos mortais pertencentes a membros de pelo menos a vinte (!!!) ordens religiosas diferentes: Padres Agostinhos; monges Beneditinos, Capuchinhos; Carmelitas; Carmelitas Descalços; Dominicanos; Escolápios; Espiritanos; Franciscanos; Irmãos das Escolas Cristãs; Hospitaleiros de S. João de Deus; monges Jerónimos; Jesuítas; Maristas; Missionários Oblatos; Paulistas, Passionistas; Redentoristas; Sagrados Corações de Jesus e Maria; Salesianos, missionários do Verbo Divino.
No entanto, contam-se por milhares o número de leigos católicos, pertencentes a diversos movimentos da Acção Católica, Apostolado de Oração, Congregações Vientinas... ou seja, cristãos leigos que tinham um conhecido e público compromisso com a sua Fé, com Cristo, com a Santa Igreja.  Também eles não foram poupados ao martírio, perante a fúria e o ódio à Santa Igreja Católica dos comunistas. Presentemente, a nossa Santa Igreja Católica, reconhecendo o valor martirial destes nossos irmãos na Fé, destes milhares de santos inocentes, já beatificou até ao presente, 119 mártires de Paracuellos, fazendo deste  pequeno local o maior relicário, onde se concentram o maior número das relíquias de santos mártires pela Fé, mortos in "Odium Fidei" às mãos dos comunistas e ateus.

Esta é, numa pequeníssima síntese, a história trágica e gloriosa dos Mártires Paracuellos del Jarama. Deixo-vos com o testemunho de Arsenio de Izaga, que conviveu na prisão com os mártires, e escreveu a propósito de Paracuellos: «Quadro espantoso aquele quadro... espetáculo arrepiante e terrível do piquete de execução que disparava suas metralhadoras sobre uns homens de bem, de toda as profissões, de todas as categorias e idades, sacerdotes e leigos, militares e civis, ricos e pobres, patrõess e operários, desde os anciãos aos ainda muito jovens, todos chachinados pelo ódio marxista, perante o olhar dos seus infortunados companheiros que os contemplavam indefesos, à espera do que em seguida eles próprios iriam sofrer.
Nenhum renegou as suas convicções religiosas e patrioticas. Nenhum deu a mais leve prova de vacilação ou fraqueza. Todos se animavam entre si, e se opunham às inúmeras blasfémias que os seus verdugos proferiam. Todos recebiam o gelado impacto das balas como o galardão eterno que o Céu lhes havia prometido. E não se tinha extinguido o eco da última descarga de metralhadora, quando ainda ressoava os gritos vibrantes:" Viva Cristo Rei, Viva Espanha!"»

 
Entrada no Cemitério dos Mártires em Paracuellos del Jarama.

Lápide de religioso da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus. De referir que a colocação das lápides é meramente simbólica, pois o espaço é todo ele uma fossa comum, não sendo o local individual da localização exacta do mártir.


 


Lápide relativa ao padre superior da comunidade de padres Agostinhos do convento do Escorial (Madrid).
 
Impressionou-me esta lápide: "Murio por su Fé" Um leigo, médico.
 

Capela do cemitério ao fundo da estrada. Em 1936, este local não era um cemitério, mas sim a estrada de Madrid a Belvis, local onde estacionaram os camiões onde chegavam os mártires. No total aqui encontram-se sete diferentes fossas comuns, com um total de 8,354 vítimas do terror vermelho. (Nem todas as "vítimas são "mártires").



Interior da capela do cemitério. Ao fundo, por cima do altar, lindíssimo mural alusivo aos santos mártires de Paracuellos.
 
 No interior da capela, nas paredes do lados direito e esquerdo, ao alto, pude observar grandes lápides relativas aos (até agora) 119 mártires de Paracuellos del Jarama já beatificados pela Igreja e que merecem a nossa veneração e admiração.
Palavras do então bispo de Madrid - Alcalá de Henares alusivas ao massacre de Paracuellos del Jarama.
Eu próprio, emocionado, após visitar um dos mais importantes (e infelizmente esquecidos) locais da história do Cristianismo do século XX na Península Ibérica, local que todos os cristãos deveriam visitar em peregrinação.
 
 
Vídeo-documentário sobre o acontecido em Paracuellos de Jarama em 1936:
 
 
 
Santos Mártires de Paracuellos, que com o vosso sangue regastes o solo de Espanha, vos peço que rogueis a Nosso Senhor Jesus Cristo pela conversão de toda a Europa, nueste tempo cada vez mais descrente e indiferente ao Caminho, à Verdade e à Vida, e por mim que sou um miserável pecador!

 
 

domingo, 16 de setembro de 2012

Peregrinação do Blog "Mártires de Espanha" 2012 - parte 1


Caros amigos, é de todo impossível descrever a emoção sentida na tarde do passado dia 13 de setembro, ao ver ainda ao longe a silhueta do célebre monumento ao Sagrado Coração de Jesus do Cerro de Nuestra Señora de los Angeles, em Getafe, nos arredores de Madrid.

Entrar naquele recinto sagrado, centro geográfico da Península Ibérica, coração religioso de Espanha, símbolo de sua fé enquanto grande nação cristã, foi um momento de grande emoção, que me prostou, rendido ao amor misericordioso desse Sagrado Coração de Jesus que ama incondicionalmente todos os que O procuram. Como peregrino, senti-me acolhido, e envolvido pelo amor de um Pai que acolhe de braços abertos o filho pródigo.
 
 
Entrar na igreja situada na cripta da novo monumento inaugurado em 1965, ajoelhar-me perante Jesus Cristo presente na Hóstia consagrada, na pequena capela do Santíssimo, foi para mim, um momento belo, sublime e inesquecível. Ali, junto ao Seu Sagrado Coração sofredor com o peso dos pecados dos homens, e especialmente os meus, pude sentir o Seu calor de acolhimento, Sua imensa compaixão pelos pecadores que a Ele recorrem, e secretamente, deixei rolar as lágrimas pela face, admirado com tanta misericórdia e amor.

Já aqui neste blog “Mártires de Espanha” falei do sucedido em 1936 neste local, num post com o título “Quando os ateus fuzilaram Jesus Cristo”. O caso é sobejamente conhecido. É aliás, como o já tinha dito, uma das mais infames imagens fotográficas do decorrer da Guerra Civil Espanhola: a 28 de julho de 1936, um grupo de milicianos marxistas, alinhados em pelotão de fuzilamento, dispara contra a imagem do Sagrado Coração de Jesus a mando de uma mulher miliciana. Uma forte imagem do poder do ódio contra Jesus Cristo e Sua Igreja. Uma imagem, que apesar de a sabermos situá-la no passado (já distante), não estará assim tão distante dos tempos atuais.


Como curiosidade, refira-se que ainda hoje se podem observar mais de vinte impactos de bala na pedra que circunda o coração de Jesus, fazendo assim uma versão mais contemporânea da circunferência da coroa de espinhos, mas NENHUMA bala tocou propriamente o coração, apesar de todo aquele ódio que os fazia mover. Hoje, esta relíquia do antigo monumento são guardadas no convento das irmãs carmelitas, ali ao lado.  Dias depois do fuzilamento, sucederam-se as tentativas de o destruir. Picaretas, camartelos, tudo serviu para tentar derrubar o monumento. Desfiguraram furiosamente as imagens, mutilando-as, mas  sem conseguir derrubar o pedestal. Na noite de 6 para 7 de agosto de 1936, os comunistas fizeram chegar vários camiões carregados de “dinamiteros” experientes, que perfurando em vários locais o monumento, e enchendo-o com dinamite, o fizeram cair no meio de uma grande explosão de nuvem de pó, entre sonoros gritos de blasfémias. Os comunistas chegaram mesmo a mudar o nome da colina de Cerro de Nuestra Señora de los Angeles” par um mais revolucionário “Cerro Rojo”, (colina Vermelha), para o qual se chegou a pensar erigir um grande monumento a Lenín. Pensavam então poder substituir em Espanha, o cristianismo pelo comunismo.



O monte de ruínas que foi o monumento ao Sagrado Coração de Jesus, inaugurado pelo Rei de Espanha D. Alfonso XIII em 1919, ali ficou, como testemunho mudo do ódio satânico de quem, procurava extinguir a Igreja Católica do solo espanhol: padres, monjes, frades, seminaristas, e religiosas eram assassinados sem piedade, muitos deles com uma crueldade sem limites à imaginação mais infame;  igrejas, capelas, seminários eram incendiados, milhares e milhares de leigos cristãos foram perseguidos e assassinados  somente pela sua condição de cristãos pelas forças da República. Até os cemitérios eram profanados, retirando-se das sepulturas todo vestígio cristão. A barbárie reinava em campo aberto e saía à rua deixando um rasto enorme de sangue de mártires. Em 1936, na Espanha controlada pelos Republicanos, era-se fuzilado, por se trazer um cruxifixo, num fio, ao pescoço!

Não resisto, aqui neste meu blog a deixar-vos com algumas depoimentos da época (numa tradução para o português da minha autoria) acerca do vandalismo cometido pelas forças do ateísmo organizado.:

Aniceto Castro Albarrán, magistrado em Salamanca, e um leigo católico empenhado:

«Chegou a hora do poder das trevas. Os telefones estremecem com a terrível notícia: “Neste momento acabou de cair, destruído, o Sagrado Coração de Jesus entre blasfémias e maldições de toda a ordem”. Foi lógico e natural o que fizeram. Eram seus inimigos, e como inimigo O consideravam. O tinham prisioneiro… e O fuzilaram! Eram inimigos da Espanha. O Coração de Jesus estava tão entranhado com o próprio coração da Espanha que podiam, com os mesmos disparos, com a mesma dinamite, ferir e destruir o Coração de Cristo e o coração de Espanha!... Cerro de los Angeles, Calvário espanhol desta nova redenção da guerra! As balas deste fuzilamento e a dinamite desta explosão fez grandes feridas, e grande rasgão neste Coração Divino…»

O Cardeal-Arcebispo de Toledo, D. Isidro Gomá i Tomás, escreveu numa pastoral:

«Esta guerra por parte dos inimigos de Nosso Senhor, tem sido uma vastíssima acção de sacrilégios perpetrados a sangue-frio que culminaram com este sacrilégio resumido, que se não foi o maior na sua aberração teológica, foi o mais diabólico e clamoroso: o fuzilamento do Sagrado Coração de Jesus no Cerro de los Angeles. A doce imagem de Jesus abençoando a Espanha! Levantado no seu centro geográfico, culminando, imponente sobre as figuras mais representativas do amor divino em forma humana, caíu, recheado de balas, do seu pedestal , pedestal esse que tem no seu coração cada um bom espanhol. »

Dr. Esteban Bilba, então ministro da Justiça da Espanha nacionalista:

«A imagem do Senhor caiu, mas caiu com os braços abertos, e ao cair sobre a terra espanhola a beijou num abraço doloroso. E agora, Cristo é mais do que nunca de Espanha, e Espanha é mais do que nunca de Cristo!».

A imprensa republicana de Madrid, proclamava em letras garrafais: “Um estorvo que desaparece”. «Esta madrugada foi demolido o monumento ao Coração de Jesus que tinham para suas expansões fascistas os grandes capitalistas, latifundiários e pistoleiros a soldo da reação. O Cerro de los Angeles agora encontra-se limpo de um estorvo.».

Como sinal de comoção causado por aquele atentado terrorista selvagem que causou em toda a Espanha e no mundo católico, merece-se recordar o grande poeta católico José María Pemán no seu poema DE LA BESTIA Y EL ANGEL:

«… Crujía la impaciência jadeante
de España contra el viento, a la manera
como en la nave y llora la madera,

cuando el dorado látigo tonante
del rayo, derribo com saña fiera

el mastil donde, al sol, iba el Divino
Piloto, señalando el camiño.


Los pájaros que cruzan com presteza
- flechas de luz de la celeste aljaba –

no se pueden posar ya en la cabeza

del dulce Cristo blanco, a quien rezaba

una nación en cruz, que ya no reza.
queda, por todo altar, donde se alzaba

triunfante, ayer, el Rey de los amores,
un Corazón partido entre unas flores…


Y viendo tal destrozo, revestido
De luz, y de rocío la alta frente

Coronada, vau n ángel com quejido

De árbol sin flor, cantando amargamente:
“Señor, Señor, los hombres han partido

Tu Corazón…” Y El, dulce y blandamente,
Le responde en la lauz de esta manera:

“Es por acaso esta vez la vez primera?”


Y mirando entre nubes la porfia
Que a España enluta de ódios y rencores,

Y mostrando su mano de alegría
De un soldado navarro que, entre flores,

Com la Salve en los lábios se moría,
Mira al ángel y añade, com fulgores

De victoria su rostro iluminado:
“Si, ahora empieza de veras mi reinado!»


Como já o referi neste blog, os comunistas não se contentaram em somente fuzilar e derrubar a imagem do Sagrado Coração de Jesus. Assassinaram de forma bárbara 5 bravos jovens católicos, pertencentes a movimentos da Ação Católica. Tinham-se disponibilizado, na qualidade de católicos praticantes de sua Fé, em assegurar a segurança do monumento. Foram impiedosamente fuzilados pelos milicianos comunistas, a 23 de julho de 1936. Morreram, mártires pela Fé em Jesus Cristo, de braços em cruz, de frente para a imagem do Sagrado Coração de Jesus. Seus corpos, ali ficaram abandonados, mergulhados no seu próprio sangue no chão, durante alguns dias. Os nomes destes meus irmãos na Fé, dignos de veneração, são:

- Justo Dorado;
- Blas Ciarreta;
- Fidel Barrio;
- Vicente del Prado;
- Elías Requejo.

Foi com viva emoção, que na tarde do passado dia 13 de setembro, pude passar a minha mão direita em cada uma das cinco campas, na cripta do novo monumento, onde os restos destes inocentes mártires se encontram depositados. Um dia serão beatificados, a exemplo já de tantos outros mártires cristãos seus contemporâneos.
 

Aspecto do monumento original derrubado pelas forças do ateísmo organizado
 Imagens originais do monumento mutiladas pelo ódio anti-católico

Cabeça de Cristo original do Sagrado Coração de Jesus deformada pelas picaretas dos comunistas
 
Saindo da cripta, atrevi-me a subir ao monumento, aos pés do Sagrado Coração de Jesus. Naquele fim de tarde, banhado pelo sol quente, ali em contemplação e em silêncio, senti uma paz e uma calma arrebatadoras. “Meu Deus, eu creio, adoro-Vos, espero e amo-Vos, peço-Vos perdão por todos aqueles que não creem, adoram, não esperam e não Vos amam”, disse o meu coração àquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Que graça tão grande, estar ali, junto Dele, em peregrinação, a seus pés! “Obrigado Senhor!”, agradeci.
 
video da libertação do Cerro de los Angeles:
 

domingo, 2 de setembro de 2012

Peregrinação "Mártires de Espanha" 2012

PEREGRINAÇÃO DO BLOGUE MÁRTIRES DE ESPANHA
13 e 14 de SETEMBRO 2012
Partida de Oeiras, Portugal.
 
Cerro de Nuestra Señora de los Angeles (Getafe)
Paracuellos de Jarama
Valle de los Caídos
 
 
Este blogue católico, apostólico, romano, irá promover uma Peregrinação portuguesa de Reparação ao Sagrado Coração de Jesus a alguns locais emblemáticos da Grande Perseguição Religiosa aos católicos ocorrida em Espanha entre 1936-39, pelas mãos das forças do ateísmo organizado.
 


Iremos ao Cerro de Nuestra Señora de los Angeles (centro geográfico da península Ibérica) onde rezaremos aos pés da imagem do Sagrado Coração de Jesus, em sinal de reparação às ofensas cometidas a Jesus Cristo e à Sua Santa Igreja. Rezaremos também pela conversão dos pecadores, especialmente aqueles que atentam contra os cristãos.
Visitaremos ainda o vizinho mosteiro carmelita, o Carmelo do Sagrado Corazón de Jesus, cujas monjas em 1936 escaparam ao assassinato por dias antes, se terem recolhido num apartamento em Madrid.
No santuário do Cerro de los Angeles, participaremos na Santa Missa, que gostariamos que fosse celebrada na forma extraordinária do Rito Romano (a única forma litúrgica que aqueles márftires conheceram).
Lembramos que o monumento do Sagrado Coração de Jesus foi vilmente derrubado com dinamite após ter jocosamente sido alvo de um fuzilamento a 20 de julho de 1936.





A peregrinação "Mártires de Espanha" irá também ao cemitério de Paracuellos de Jarama, onde repousam os restos de milhares de cristãos, muitos membros do clero, especialmente de ordens religiosas (Dominicanos, Franciscanos, Salesianos, Irmãos das Escolas Cristãs, etc) tendo algumas centenas sido já beatificados pela Santa Sé.
Ali foram assassinados pelas forças marxistas, em enormes fossas comuns por ódio à Fé católica (In Odium Fidei). Ali, levaremos flores, e rezaremos o rosário, para a pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Fátima, bem como de todos estes mártires, junto de Nosso Senhor Jesus Cristo pela conversão dos ateus.

« Jesus chora amargamente e mostra o Seu Coração ferido? Quem poderá cicatrizar esta ferida tão profunda? O amor, só o amor, a reparação, só a reparação? Jesus, quanto eu sinto a Vossa dor; quanto me custa ver o Vosso Divino Coração aberto. Aceitai o meu amor, aceitai a minha dor. Quero curar essa chaga, quero consolar-Vos e alegrar-Vos.»
(Beata Alexandrina de Balasar; 22/08/1941)



Se não puderem participar, nós, humildemente vos pedimos nesses dias as vossas orações. Que o Senhor nos ajude a suportar o martírio dos nossos dias.
 
Deixo-vos com algumas palavras do nosso Santo Padre Bento XVI à apenas alguns dias atrás (29.08.2012):
 
Vaticano, 29 Ago. 12 / 05:59 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Bento XVI afirmou que o martírio de São João Batista, cuja morte a Igreja recorda neste 29 de agosto, ensina aos cristãos de hoje que a Verdade não se negocia e que seguir a Cristo exige o "martírio" da fidelidade quotidiana. O Papa também lembrou aos presentes que rezar nunca é uma perda de tempo.

O Santo Padre fez uma intensa reflexão sobre a
vida de São João Batista, o precursor de Jesus, em sua catequese da audiência geral celebrada esta manhã em Castel Gandolfo diante de milhares de fiéis reunidos na Piazza della Libertà. Bento XVI explicou que: "celebrar o martírio de São João Batista lembra também a nós, cristãos do nosso tempo, que não podemos nos esquivar do compromisso com o amor de Cristo, sua Palavra, a Verdade. “A Verdade é a Verdade e não pode ser negociada", asseverou.
 
Para concluir, o Papa Bento XVI fez votos para que "São João Batista interceda por nós, a fim de que saibamos conservar sempre a primazia de Deus em nossa vida".

Após a alocução o Papa Bento XVI saudou os peregrinos de diversas línguas, entre elas o português:

“Amados peregrinos de Portugal e do Brasil, e demais pessoas de língua portuguesa, sede bem-vindos! Uma saudação particular aos fiéis de Chã Grande,
Natal e do Rio de Janeiro. Que o exemplo e a intercessão de São João Batista vos ajudem a viver a vossa entrega a Deus sem reservas, sobretudo por meio da oração e da fidelidade ao Evangelho, para que Cristo cresça em vós, guiando os vossos pensamento e ações. Com estes votos, de bom grado a todos abençoo”.