No país vizinho de Espanha na década de 30 do século XX, produziu-se uma violentíssima e cruenta perseguição religiosa: 13 bispos, 4184 sacerdotes, 2365 frades e monjes, 283 irmãs, e milhares de leigos foram assassinados "in odium fidei", a esmagadora maioria no decorrer da Guerra Civil Espanhola. A tragédia, apesar de toda a dor, constítui uma das páginas mais gloriosas da Santa Igreja Católica com o martírio de uma multidão de santos e santas que por amor a Deus e à sua Igreja deram a suas vidas, e dos quais sou afinal, irmão na Fé pela graça do Baptismo. Este espaço é a todos eles e elas dedicado! Que a intercessão destes santos e beatos junto de Nosso Senhor Jesus Cristo me ajude a ser um cristão coerente e verdadeiro neste nosso século XXI!

Não é minha pretensão com este blog julgar os assassinos ou seus herdeiros ideológicos. Ao Senhor pertence o julgamento. Eu, que apenas ambiciono ser um simples seguidor de Cristo na sua Igreja, cabe-me perdoar, tal como o fizeram aos seus carrascos estes mártires espanhois que aqui vão ser apresentados. Faço minhas as palavras do cardeal vietnamita Nguyen Van Thuân - que passou 12 anos em prisões comunistas - quando dizia "não me sentiria cristão se não perdoasse".

Nesta nossa sociedade de 2012, de indiferentismo religioso, hiper-consumista, hedonista e abandono de valores cristãos, foi Graças à "descoberta" das histórias individuais de todos estes mártires, à sua imolação, ao seu holocausto; que dei por mim num caminho de conversão. Re-encontrei-me com Jesus Cristo e com a Santa Igreja Católica.

"Por causa do Meu nome, sereis odiados em todas as nações" (Mc 13,13).

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Padre Prior José Antón Gómez, OSB, mártir



Hoje, passam-se exatamente 76 anos do martírio do monge beneditino, o Pe. José Antón Gómez, OSB. A fúria e o ódio comunista que alastrou em Espanha em 1936 contra Jesus Cristo e a Sua Santa Igreja Católica também se abateu contra esses inocentes, pacíficos e piedosos homens das ordens religiosas contemplativas.

O padre José Antón Gómez, nasceu em 1878 e era prior da comunidade beneditina de Santa Maria La Real de Montserrat, em Madrid (não confundir com o famossíssimo mosteiro beneditino em Barcelona) desde 1927.

O próprio mosteiro beneditino de Montserrat de Madrid também sofrera várias contingências: em 1835 fora expropriado à Ordem Beneditina pelo usurpador estado espanhol, durante a “desamortización” de Mendizábal. Primeiro utilizou-se o espaço como prisão de mulheres, e ficou conhecido como “La Galera”. Depois, entre 1854 e 1868 vida religiosa regressou, tendo sido um mosteiro feminino de monjas concepcionistas, para depois, voltar a ser uma prisão feminina até meados do século XX. Em 1914 o edifício foi considerado Monumento Nacional, e havendo a necessidade que uma ordem religiosa o cuidasse, foi entregue o usufruto à Orden Beneditina em 1918, voltando assim a ser um convento dos seus originais proprietários. No entanto não puderam ocupar todo o conjunto do edifício até 1953, ano em que foram transferidas as últimas mulheres presas para outras prisões. Presentemente é um Priorado, dependente do Mosteiro  de São Domingos de Silos.
 Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
 
 

Em 17 de julho de 1936, um dos monges que também morreria Mártir, o Pe. Rafael Alcocer, levou aos seus irmãos de hábito religioso a notícia da revolta de uma guarnição militar em Melilla. A partir do dia 19, e depois de ter sido incendiada a catedral de San Isidro durante a noite, a comunidade beneditina dispersou-se , tendo permanecido sozinho no mosteiro apenas o Pe. Luis Vidaurrázaga, de 35 anos (também ele morreria Mártir). No dia 20 todos regressaram ao mosteiro, tendo retomado a vida monástica. Na tarde do dia 21, os revolucionários comunistas prenderam fogo à porta do mosteiro, mas a dirigente comunista Dolores Ibárruri, a “Passionária” que ocupava um local próximo e temia pela pela segurança das sua próprias instalações, veio a impedir a destruição do mosteiro dizendo: “Este edifício é do povo e é para o povo!”. A partir daí, os monges beneditinos foram obrigados a sair do seu mosteiro. Os comunistas vieram a utilizar o mosteiro, primeiro como prisão, mais tarde, para usos militares.


Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
 
Sete monges formavam então a comunidade monástica, quatro dos quais foram imolados, e os outros três conseguiram salvar a sua vida, embora tendo sofrido torturas de diversa ordem.  O prior da comunidade, Pe. José Antón Gómez, foi preso no dia 24 de setembro de 1936, no “Hotel Laris” onde se encontrava refugiado. Levado à checa “Fomento” (“Checa” – prisão privada pertencente a um partido político, sindicato, etc. onde a Lei não existia) onde foi submetido a interrogatório e tortura. Declarou-se como religioso, e por isso foi assassinado na noite de 25 para 26 de setembro na estrada para a Andaluzia. Seu cadáver foi reconhecido a 27. Todos os que o conheceram em vida, o definiam como um santo.
 
Para quem quiser conhecer um pouco melhor a beleza da vida contemplativa beneditina, aconselho vivamente que veja este video:

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