
Não é minha pretensão com este blog julgar os assassinos ou seus herdeiros ideológicos. Ao Senhor pertence o julgamento. Eu, que apenas ambiciono ser um simples seguidor de Cristo na sua Igreja, cabe-me perdoar, tal como o fizeram aos seus carrascos estes mártires espanhois que aqui vão ser apresentados. Faço minhas as palavras do cardeal vietnamita Nguyen Van Thuân - que passou 12 anos em prisões comunistas - quando dizia "não me sentiria cristão se não perdoasse".
Nesta nossa sociedade de 2012, de indiferentismo religioso, hiper-consumista, hedonista e abandono de valores cristãos, foi Graças à "descoberta" das histórias individuais de todos estes mártires, à sua imolação, ao seu holocausto; que dei por mim num caminho de conversão. Re-encontrei-me com Jesus Cristo e com a Santa Igreja Católica.
"Por causa do Meu nome, sereis odiados em todas as nações" (Mc 13,13).
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Sete Irmãs da Ordem da Visitação de Madrid - Beatas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Monges Cistercienses de Viaceli - mártires

Caríssimos leitores, hoje venho apresentar-vos os nossos mártires da Abadia cisterciense de Santa Maria de Viaceli, da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (vulgo Trapistas), na diocese de Santander (província de Cantábria).
Também esta pacífica e contemplativa comunidade monástica da nossa amada Igreja católica foi perturbada pela agressão marxista da vil perseguição religiosa em Espanha em 1936, tendo vários dos seus monges sido chamados ao martírio.
Esta comunidade cristã de humildes monges de Viaceli reconhece ao Senhor a especial Graça de ter oferecido à Igreja o testemunho de profunda fidelidade e adesão inquebrantável a Cristo, de muitos dos seus monges: o Pe. Pío Heredia e mais 14 Irmãos, que depois de várias ofensas, entregaram suas vidas por amor a Jesus Cristo.
Seu processo de beatificação, iniciado em 1997, encontra-se em processo bastante avançado, já na fase Romana.
Tais como todos os outros que neste Blog já fui apresentando, também estes mártires deram sua vida unicamente pelo seu amor a Cristo e por não aceitarem o convite de se tornarem apóstatas.
6 padres e 9 Irmãos, e nenhum apóstata da Fé! Um exemplo para as nossas vidas, para a minha em particular! Meu bom Senhor, tende piedade de mim, e dái-me uma Fé como a destes meus santos irmãos cistercienses para que Te possa amar com mais empenho!

A 8 de setembro de 1936 a comunidade foi detida, tendo o Pe. Pío Herédia, responsável pelos Irmãos (uma comunidade monástica divide-se entre monges sacerdotes e monges Irmãos), foi sujeito a violento interrogatório pelo responsável do Comitê de Guerra. Cobriram o seu corpo de golpes, bastonadas, para além de todos os impropérios blasfemos que lhe dirigiam. O seu silêncio, a sua calma e gestos de perdão para com os seus carrascos marxistas deixava-os ainda mais enfurecidos.
O Pe. Pío Herédia junto com os Irmãos do mosteiro vieram a ser assassinados nas falésias do Cabo Mayor, junto à cidade de Santander. Vários testemunhos afirmam e louvam a Fé daqueles jovens e inocentes monjes, quando a caminho da sua imolação, em cima do um camião que os transportava, cantavam salmos de louvor ao Senhor. "Iam morrer, e iam a cantar. Nunca me poderei esquecer disso", diz uma testemunha que na época tinha apenas 15 anos. (Ver outro meu post anterior: "Mártires de Barbastro").
Foram atirados aos rochedos e ao mar, durante a noite, de mãos fortemente atadas à cintura. Uns morreram despedaçados nas rochas, outros afogados, e outros gravemente feridos, acabaram por morrer por falta de quem os socorresse. Para os marxistas, eliminar a Igreja Católica em Espanha era um desígnio a cumprir.
Uns dias depois, a 3 de dezembro de 1936, o mar devolveu às praias da zona de Santander, alguns corpos. Um deles o do Servo de Deus Pe. Pío Herédia. Com os braços atados atrás das costas, e com a boca cozida. O horror da tortura dos inimigos da Igreja aos que permaneceram fiéis a Cristo não tinha fim.

Os mártires da abadia de Viaceli eram na sua maioria bastante jovens. Eram a esperança vocacional de uma comunidade florescente, que se converteram na semente semeada na boa terra, fecunda para germinar novas vocações à Santa Igreja Católica. Aqui ficam, para memória, seus nomes e idades destes nossos irmãos na Fé de Jesus Cristo:
Pe. Pío Herédia, 61 anos;
Pe. Amadeo, 31 anos;
Pe. Valeriano, 30 anos;
Pe. Juan Bautista, 31 anos;
Pe. Eugenio, 33 anos;
Pe. Vicente, 31 anos;
Ir. Álvaro, 21 anos;
Ir. Marcelino, 23 anos;
Ir. Antonio, 21 anos;
Ir. Eustáquio, 45 anos;
Ir. àngel, 68 anos;
Ir. Ezequiel, 19 anos;
Ir. Eulogio, 20 anos;
Ir. Bienvenido, 28 anos;
Ir. Leandro, 21 anos.
domingo, 15 de janeiro de 2012
Quando os Ateus fuzilaram Jesus Cristo

A 28 de julho de 1936 um grupo de milicianos, entre republicanos, comunistas e socialistas , decidiram entre blasfémias e insultos de toda a ordem, fuzilar a imagem do Sagrado Coração de Jesus, erigida no Cerro de los Angeles ( local geográfico do centro da península Ibérica) e que tinha sido inaugurada pelo rei Alfonso XIII, a 30 de maio de 1919, depois de fazer a consagração de Espanha ao Sagrado Coração de Jesus.
Cinco dias antes, estes bravos milicianos do ateismo militante, tinham-se divertido em assassinar cinco jovens católicos que corajosamente deram a sua vida, para guardar e defender o monumento da possível profanação. Esses jovens mártires, mortos in odium fidei, eram:
a) Pedro Justo Dorado Dellmans, de 31 anos;
b) Blas Ciarreta Ibarrondo, de 40 anos, casado;
c) Vicente de Pablo García, 19 anos;
d) Elías Requejo Sorondo, de 19 anos;
e) Fidel Barrios Muñoz, de 21 anos.
Todos leigos pertencentes à Acção Católica. Todos eles cristãos devotos do Sagrado Coração de Jesus. Todos eles cristãos empenhados e comprometidos na vida cristã.
Tinham decidido fazer uma Guarda de Honra ao monumento do Sagrado Coração de Jesus, orando e rezando o rosário.
Na manhã do dia 23 de julho, movido pelo ódio ateista, os milicianos apareceram no Cerro (colina), procurando pelos "frades disfarçados", referindo-se ao grupo dos jovens católicos. Num vexatório tribunal improvisado ali mesmo na esplanada do monumento, foram condenados à morte, não sem antes sofrerem toda a espécie de humilhações e ignomínias. Os jovens mártires partiram para o Céu, olhando de frente o monumento do Coração de Jesus que os parecia abençoar. Caíram gritando "Viva Cristo-Rei!", "Viva o Sagrado Coração de Jesus!". Seus cadáveres ali permaneceram, mergulhados numa imensa poça de sangue, durante 24 horas.

No dia 28, cinco dias depois dos cobardes assassinatos dos inocentes, os verdugos ateus, regressaram ao Cerro de los Angeles, agora para proceder ao pérfido e ignóbil julgamento, condenação e fuzilamento do Coração de Jesus. Prepararam toda a paródia, deixando-se fotografar. A imprensa escrita republicana publicou em primeira página essa fotografia do fuzilamento, comentando favoralvelmente o acontecimento: "O desaparecimento de um estorvo", diziam os jornais. O Governo da República Espanhola, em decreto, alterou o nome de Cerro de los Angeles, para Cerro Rojo (Colina Vermelha) nome este, que permaneceu até ao final da Guerra.
Na medida em que o simples fuzilamento não deitou por terra o monumento, uma semana depois, a 7 de agosto de 1936, os ateístas regressaram mais uma vez aos pés do Sagrado Coração de Jesus, agora para o dinamitar, o que aconteceu com três cargas de dinamite.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Pe. Mario Ros Ezcurra (sscc), Mártir

O ódio do ateismo marxista contra a Igreja foi total naqueles anos de 1936 a 1939 em Espanha. Não importavam nadinha em liquidar padres, bispos, ou seminaristas, ou até mesmo Irmãs, simples freiras. Milhares de leigos católicos foram também exterminados in odium fidei. Por serem fiéis à Igreja. Por serem fiéis a Cristo.
Este meu post de hoje, neste meu pequeno memorial virtual, é dedicado ao jovem sacerdote de 26 anos, o Pe. Mario (nascido Luis) Ros Ezcurra, da congregação dos Padres dos Sagrados Corações de Jesus e Maria (SS.CC.), também conhecidos por Padres de Picpus.
Nasceu em Lezáun (província de Navarra) a 30 de abril de 1910. Professou na Congregação dos Sagrados Corações a 15 de agosto de 1935. Fez os seus estudos no colégio da congregação em Miranda del Ebro. Muito simples e sempre muito sincero. "Não sabia mentir", dizia dele mesmo.
Foi ordenado sacerdote em 1935 e foi enviado ao colégio da congregação em Madrid. No fatídico ano seguinte de 1936, teve de sair e refugiou-se numa pensão, (pensão Maria Isabel) propriedade de uns seus tios.
Na noite de 13 para 14 de agosto de 1936, foi preso na referida pensão. Foi sujeito a uma farsa de julgamento, em que se declarou religioso dos SS.CC. e sacerdote. Na noite seguinte, de 14 para 15 de agosto (no dia da festa da Assunção de Nossa Senhora, em que fazia 1 ano de ordenação sacerdotal), foi levado aos arredores de Madrid onde foi fuzilado. Encontraram seu cadáver nesse dia 15, com o rosto destruido pelas balas. Foi reconhecido pelos seus tios, e o corpo foi imunado no cemitério. Tinha na altura da sua imolação, 26 anos.
A 27 de novembro de 2010, teve lugar na igreja paroquial dos Sagrados Corazones em Madrid, a cerimónia de imunação do Servo de Deus Pe. Mario Ros Excurra e outros 4 companheiros da mesma congregação religiosa, também mártires da perseguição religiosa espanhola de 1936. A cerimónia foi presidida pelo bispo D. Ricardo Bosom, delegado episcopal e presidente do Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Madrid. Esteve presente o provincial de Espanha, o Pe. Ignacio Moreno e imensos membros da congregação, sacerdotes, irmãos e irmãs. Após a celebração, realizou-se uma oração de Acção de Graças pelos Mártires.
Os restos dos mártires, foram depositados na capela de São Damião de Molokai, na igreja paroquial dos Sagrados Corazones de Madrid.Aspecto da capela de São Damião de Molokai, na igreja dos Sagrados Corazones em madrid. Na parede ao fundo, as placas indicam onde repousam os corpos dos mártires da Santa Igreja.
Presentemente, o Pe. Mario Ros Ezcurra tem em Roma, o processo de beatificação em fase adiantada.
Que o exemplo do Pe. Mario Ros Ezcurra, a sua simplicidade e fidelidade a Jesus Cristo, seu testemunho, sua firmeza na Fé nos sirva a todos nós, especialmente a mim, na minha caminhada diária como cristão. Pe. Mario, roga por mim a Nosso Senhor Jesus Cristo!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Beato Anselmo Polanco Fontecha - Bispo de Teruel

O seu apostolado como bispo, caracterizou-se pelo grande zelo no acompanhamento dos sacerdotes, pelo seu amor aos mais pobres, pela sua intensa vida de oração e austeridade pessoal, privando-se inclusivé do que necessitava para dar aos necessitados.
Durante a Guerra Civil Espanhola, quando o ódio raivoso do ateísmo comunista e socialista se abateu sobre sua diocese, e o próprio via a sua vida ameaçada, nunca quis separar-se dos seus fiéis, e dizia sempre o mesmo: "Eu sou o pastor, e a minha missão é permanecer junto com as ovelhas que me foram confiadas; ou me salvo com elas, ou com elas morro". Ganhou a admiração e a estima das gentes de Teruel.
No dia 8 de janeiro de 1938 (agora quase a fazer 74 anos), foi feito prisioneiro na companhia do seu Vigário Geral da diocese, Mons. Felipe Ripoll Morata, seu companheiro nos trabalhos pastorais, na detenção, no martírio e na beatificação, ocorrida a 01 de outubro de 1995.
Após 13 meses de cativeiro nas prisões de Valência e Barcelona, a 25 de janeiro de 1939 (último ano da Guerra) e véspera da entrada das tropas nacionalistas na cidade de Barcelona, os presos foram transportados em direção a Santa Perpetua de la Moguda (Barcelona) e daí a Campdevànol y Puigcerdá, na província de Girona. A noite de 26 passaram num comboio, e no dia 27 oram levados a Ripoll, e daí, a pé até Sant Joan de las Abadesas debaixo de uma chuva torrencial. No dia 31 de janeiro, os prisioneiros foram levados a Figueras y Can de Boach em Pont de Molins.
Na manhã de 7 de fevreiro de 1939 (a menos de dois meses da guerra terminar), 30 soldados enviados pelo comandante comunista Pedro Díaz, chefe de uma coluna de tropas de Enrique Líster (mais tarde general do Exército Vermelho da URSS), sequestraram 14 de esses presos, entre eles, o próprio bispo de Teruel, D. Anselmo Polanco, o Pe. Felipe Ripoll, seu Vigário Geral da diocese. Seguiram pela estrada em direção a Les Escaules, e detiveram-se a cerca de um quilometro e meio de caminho, onde fuzilaram os prisioneiros. No dia seguinte repetiram o processo com os restantes 26 prisioneiros. Os fuzilados, alguns deles agonizantes, feridos pelas metralhadoras, foram regados com gasolina e queimados.
Neste mesmo lugar, foi erigido um memorial em 1940, com a seguinte inscrição:
"Viajante, por aqui passou o terror vermelho, deixando como vestígio da sua passagem quarenta cadáveres. (...) Recorda-os com uma oração. 07-II-1939"
