No país vizinho de Espanha na década de 30 do século XX, produziu-se uma violentíssima e cruenta perseguição religiosa: 13 bispos, 4184 sacerdotes, 2365 frades e monjes, 283 irmãs, e milhares de leigos foram assassinados "in odium fidei", a esmagadora maioria no decorrer da Guerra Civil Espanhola. A tragédia, apesar de toda a dor, constítui uma das páginas mais gloriosas da Santa Igreja Católica com o martírio de uma multidão de santos e santas que por amor a Deus e à sua Igreja deram a suas vidas, e dos quais sou afinal, irmão na Fé pela graça do Baptismo. Este espaço é a todos eles e elas dedicado! Que a intercessão destes santos e beatos junto de Nosso Senhor Jesus Cristo me ajude a ser um cristão coerente e verdadeiro neste nosso século XXI!

Não é minha pretensão com este blog julgar os assassinos ou seus herdeiros ideológicos. Ao Senhor pertence o julgamento. Eu, que apenas ambiciono ser um simples seguidor de Cristo na sua Igreja, cabe-me perdoar, tal como o fizeram aos seus carrascos estes mártires espanhois que aqui vão ser apresentados. Faço minhas as palavras do cardeal vietnamita Nguyen Van Thuân - que passou 12 anos em prisões comunistas - quando dizia "não me sentiria cristão se não perdoasse".

Nesta nossa sociedade de 2012, de indiferentismo religioso, hiper-consumista, hedonista e abandono de valores cristãos, foi Graças à "descoberta" das histórias individuais de todos estes mártires, à sua imolação, ao seu holocausto; que dei por mim num caminho de conversão. Re-encontrei-me com Jesus Cristo e com a Santa Igreja Católica.

"Por causa do Meu nome, sereis odiados em todas as nações" (Mc 13,13).

sábado, 3 de dezembro de 2011

Manuel Irurita Almándoz, Bispo de Barcelona (1876-1936)

O primeiro post neste meu novo blog "Mártires de Espanha" não podia ser mais feliz: hoje, dia 03.Dezembro.2011 fazem exatamente 75 anos, que nesse fatídico dia 03.Dezembro.1936 foi martirizado o bispo D. Manuel Irurita Alamándoz, bispo de Barcelona. Toda a Igreja universal ganhou um novo mártir. Um bispo mártir, um pastor que não abandonou as suas ovelhas.
Nasceu a 19 de agosto de 1876 em Larraínza, na provícia de Navarra. Fez os seus primeiros estudos no colégio dos padres capuchinhos de Lecároz e posterirmente no seminário diocesano de Pamplona. Foi ordenado sacerdote em 1901. Desempenhou a sua atividade de sacerdote em Pamplona entre 1905 e 1927. Terminou os seus estudos com os graus de doutoramento em Filosofia e Sagrada Teologia na Universidade Pontíficia.
Em dezembro de 1926 a Santa Sé nomei-o bispo de Lérida, recendo a consagração episcopal a 25 de março de 1927, terminando o seu pontificado em 1930, aquando da sua designação para a Sé de Barcelona.
Foi preso por um grupo de 12 milicianos republicanos, que irrompendo na casa onde se encontrava acolhido (Calle Call, n.º 17) de um chefe de família católico exemplar, Antonio Tort. Levaram o bispo D. Antonio Irurita, de Marcos Goñi, do dono da casa, Antonio Tort e seu irmão Francisco, de uma filha de Francisco, Mercedes, e das irmãs Carmelitas da Caridade Maria Torres e Montserrat Sabanes.
Primeiro levaram-os ao Comité de San Adrián, daí passaram ao Comissariado Central de San Gervasio, e finalmente para a prisão privada e clandestina (checa) de San Elías. Tudo se passou no prazo de 48 horas, entre a prisão e o fuzilamento dos 4 homens no cemitério de Montcada, na noite de 03 de dezembro de 1936.
Um dos homens que disparou no cemitério de Moncada, detido após a final da guerra civil para ser julgado pelos crimes praticados, declarou ao capelão castrense Pe. Eusebio Vidal, que o bispo D. Manuel Irurita quando estava no paredão aguardando a descarga mortal, falou para os presentes:
"Bendigo-os a todos os que estão aqui na minha presença, assim como bendigo as balas que me ocasionarão a morte, já que são elas que me abrirão as portas do céu".
D. Manuel Irurita Almándoz, mártir de Cristo, roga por nós!

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