
A violência assassina das forças republicanas e marxistas, exercida durante a perseguição religiosa levada a cabo em Espanha entre 1936-1939, tudo fez para fazer desaparecer a Igreja. Para além dos milhares de leigos, sacerdotes, freiras também vários bispos foram martirizados e deram as suas vidas por amor a Jesus Cristo.
Já aqui falei do bispo de Barcelona, D. Manuel Irurita, no post do passado dia 03.12.2011, no dia exacto do 75.º aniversário da sua imolação. Hoje venho falar-vos daquele que foi o 1.º
de 13 bispos espanhóis martirizados nesse holocausto da cruel perseguição religiosa ocorrida no contexto da Guerra Civil Espanhola: D. Eustaquio Nieto y Martín, bispo de Sigüenza.
Natural de Zamora, nasceu a 12 de Março de 1866. Iniciou os seus estudos no seminário de Zamora. A partir de 1891 estudou em Toledo, onde veio a obter o grau de doutoramento em Sagrada Teologia. Foi ordenado sacerdote nesse ano, a 23 de Maio. Depois de trabalhar
em diversas paróquias, foi consagrado Bispo da diocese de Sigüenza a 27 de Dezembro
de 1916.
Quando em 1936 se inicia a Guerra Civil, vários amigos o aconselharam a abandonar a diocese, para evitar ser capturado pelos milicianos marxistas, mas D. Eustáquio sempre recusou todas
as propostas de abandonar a diocese, dizendo que o seu lugar era em Sigüenza.
Na madrugada do dia 26 de Julho, um grupo de milicianos das POUM (Partido Obrero de Unificación Marxista) e das CNT-FAI (Confederacion Nacional del Trabajo) assaltaram o palácio episcopal e como não o encontraram, entreteram-se a saquear o edifício e a incendiar
diversos objectos religiosos. Na noite desse mesmo dia, veio um segundo grupo
de milicianos, que o prendeu, mentindo-lhe, dizendo que o iriam levar a Madrid
para ali ficar prisioneiro. O automóvel onde o senhor Bispo D. Eustáquio foi colocado, seguiu pela estrada em direcção a Alcobea del Pinar, e o seu martírio começou. No quilometro 4,5 da estrada da estrada de Alcobea del Pinar a Sigüenza, atiraram-no para a estrada com o carro em andamento, o que lhe provocou diversas fracturas nas pernas e braços. De seguida, fuzilaram-no, tendo de imediato queimado o seu corpo com gasolina numa valeta. O seu corpo não foi enterrado, mas simplesmente abandonado, até que a 4 de Agosto de 1936, foi encontrado pelas
forças nacionais, junto com a sua cruz peitoral e um terço. A sua cabeça apresentava várias impactos de bala.

Cruz no local onde martirizaram D. Eustaquio Nieto. Pode-se ler: "Aqui deu gloriosamente a sua vida por Deus o Exmo. e Revmo. Sr. Dr. D. Eustaquio Nieto y Martin, zelossíssimo bispo de Sigüenza, sacrilecamente assassinado, depois queimado, por mílicias comunistas a 27 de julho de 1936, aos 70 anos".
Aos seus restos semi-carbonizados e mutilados, foram então dados sepultura cristã a 5 de Agosto,
na ermida de San Roque em Alcobea del Pinar.
na ermida de San Roque em Alcobea del Pinar.

Em 1946, os restos do Bispo-mártir D. Eustáquio Nieto y Martín foram transladados para a catedral de Sigüenza, onde hoje se encontram.
No entanto, meus caros irmãos em Cristo, devo-vos lembrar que as perseguições não terminaram. Não são coisa do passado. Ser cristão é ser alvo permanente da fúria do Mal.
Ainda recentemente, Fevereiro de 2010, apareceram os seguintes grafitis nas paredes do seminário maior da diocese de Siguenza: "Devíeis estar na valeta com o bispo Nieto!"

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