Hoje, passam-se exatamente 76 anos do martírio do monge
beneditino, o Pe. José Antón Gómez, OSB. A fúria e o ódio comunista que alastrou em
Espanha em 1936 contra Jesus Cristo e a Sua Santa Igreja Católica também se
abateu contra esses inocentes, pacíficos e piedosos homens das ordens
religiosas contemplativas.
O padre José Antón Gómez, nasceu em 1878 e era prior da
comunidade beneditina de Santa Maria La Real de Montserrat, em Madrid (não
confundir com o famossíssimo mosteiro beneditino em Barcelona) desde 1927.
O próprio mosteiro beneditino de Montserrat de Madrid também
sofrera várias contingências: em 1835 fora expropriado à Ordem Beneditina pelo
usurpador estado espanhol, durante a “desamortización” de Mendizábal. Primeiro
utilizou-se o espaço como prisão de mulheres, e ficou conhecido como “La Galera”.
Depois, entre 1854 e 1868 vida religiosa regressou, tendo sido um mosteiro
feminino de monjas concepcionistas, para depois, voltar a ser uma prisão
feminina até meados do século XX. Em 1914 o edifício foi considerado Monumento
Nacional, e havendo a necessidade que uma ordem religiosa o cuidasse, foi
entregue o usufruto à Orden Beneditina em 1918, voltando assim a ser um
convento dos seus originais proprietários. No entanto não puderam ocupar todo o
conjunto do edifício até 1953, ano em que foram transferidas as últimas mulheres
presas para outras prisões. Presentemente é um Priorado, dependente do
Mosteiro de São Domingos de Silos.
Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
Em 17 de julho de 1936, um dos monges que também morreria Mártir,
o Pe. Rafael Alcocer, levou aos seus irmãos de hábito religioso a notícia da
revolta de uma guarnição militar em Melilla. A partir do dia 19, e depois de
ter sido incendiada a catedral de San Isidro durante a noite, a comunidade
beneditina dispersou-se , tendo permanecido sozinho no mosteiro apenas o Pe.
Luis Vidaurrázaga, de 35 anos (também ele morreria Mártir). No dia 20 todos
regressaram ao mosteiro, tendo retomado a vida monástica. Na tarde do dia 21,
os revolucionários comunistas prenderam fogo à porta do mosteiro, mas a
dirigente comunista Dolores Ibárruri, a “Passionária” que ocupava um local
próximo e temia pela pela segurança das sua próprias instalações, veio a
impedir a destruição do mosteiro dizendo: “Este edifício é do povo e é para o
povo!”. A partir daí, os monges beneditinos foram obrigados a sair do seu
mosteiro. Os comunistas vieram a utilizar o mosteiro, primeiro como prisão,
mais tarde, para usos militares.
Igreja do mosteiro beneditino Santa Maria la Real de Montserrat em Madrid
na Calle de San Bernardo, 79 na atualidade
Sete monges formavam então a comunidade monástica, quatro
dos quais foram imolados, e os outros três conseguiram salvar a sua vida,
embora tendo sofrido torturas de diversa ordem.
O prior da comunidade, Pe. José Antón Gómez, foi preso no dia 24 de
setembro de 1936, no “Hotel Laris” onde se encontrava refugiado. Levado à checa
“Fomento” (“Checa” – prisão privada pertencente a um partido político,
sindicato, etc. onde a Lei não existia) onde foi submetido a interrogatório e
tortura. Declarou-se como religioso, e por isso foi assassinado na noite de 25
para 26 de setembro na estrada para a Andaluzia. Seu cadáver foi reconhecido a
27. Todos os que o conheceram em vida, o definiam como um santo.
Para quem quiser conhecer um pouco melhor a beleza da vida contemplativa beneditina, aconselho vivamente que veja este video:
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